A cada seis ou sete casais, um não consegue engravidar e a maioria deles descobre esta realidade quando tenta ter um filho e não consegue. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) entre 15% e 20% da população é infértil. As causas do problema estão igualmente distribuídas entre homens e mulheres, cerca de 35% em cada, além de um percentual que se refere à infertilidade por causas desconhecidas. Para chamar a atenção intensamente sobre a importância da investigação e do diagnóstico precoce dos indivíduos e casais que sonham com uma gestação, junho é o mês mundial de conscientização sobre a infertilidade.
A idade avançada da mulher (acima de 35 anos) é um dos principais fatores associados à dificuldade de engravidar, porque a quantidade e qualidade dos óvulos diminuem. A endometriose também está associada à infertilidade feminina, que acomete cerca de 10 a 15% das mulheres. Outras causas também estão associadas a infertilidade feminina, como: síndrome dos ovários policísticos (SOP), dificuldade de ovulação, obstruções tubáreas, desequilíbrio hormonal e infecções. Entre as causas masculinas a principal delas são alterações relacionadas ao sêmen: diminuição na concentração e/ou motilidade de espermatozóides e alteração morfológica. Entre elas estão varicocele, azoospermia (ausência de espermatozóides no ejaculado), infecções seminais, criptorquidia, obstruções do canal deferente e disfunções hormonais.
De acordo com o Dr. Marcos Moura, ginecologista especialista em reprodução humana assistida (RHA), Quando se fala no acompanhamento da investigação ou no tratamento de infertilidade, é fundamental que cada paciente seja compreendido considerando os seus medos e anseios e não os deixar desamparados. “Quem está tentando engravidar ouve muitos comentários e perguntas inconvenientes, que machucam, mas eles não precisam sofrer em silêncio. Muitos pacientes chegam com angústias, sonhos e contam sua história de vida, o que é extremamente relevante para um tratamento humanizado”, destaca.
Atualmente as técnicas de RHA são promissoras e possibilitam, inclusive homens que apresentam azoospermia, consigam ter filhos. Naturalmente, a probabilidade de um casal engravidar, num único ciclo menstrual está entre 15 e 20%, implicando em que, mesmo em casais com fertilidade comprovada, a maior chance é de não engravidar. Em técnicas de RHA as chances chegam em torno de 55% de gravidez.
Fatores externos
Outro fator que pode ser preponderante na infertilidade são os tratamentos de câncer. Pesquisas indicam que 78,8% dos pacientes de câncer se preocupam com a fertilidade. Há diversas estratégias para preservação da fertilidade, sendo importante o paciente ser bem orientado por seu oncologista a procurar um Centro de Reprodução Assistida antes de iniciar o tratamento com quimiterápicos. Atualmente, o método de congelamento (sêmen, óvulos e embriões) é seguro e eficaz.
Melhor Palavra Com
Bruna Carvalho – brunacarvalho@melhorpalavra.com.br